A disputa imperialista e algumas questões nacionalistas foram
responsáveis pela Primeira Guerra Mundial, um confronto de grandes proporções
que envolveu muitos países, canalizou durante quatro anos grande parte dos
recursos mundiais para a produção bélica e, principalmente, causou a morte de
milhões de pessoas.
Na virada do século XIX para o século XX, um
conjunto de conflitos de caráter imperialista ou nacionalista evidenciava o
alto risco de um confronto de amplas proporções. Os interesses em conflito às
vésperas da Primeira Guerra Mundial eram os seguintes:
·
A Inglaterra e a Alemanha disputavam
diretamente a hegemonia econômica e política sobre o mundo.
·
Na
Península Balcânica estava em curso, desde o século XVII, um conflito entre
Rússia e o Império Turco (ou Otomano). No início do século XX, os problemas na
região se intensificaram e deram às duas Guerras Balcânicas (1912 e 1913),
envolvendo Montenegro, Sérvia, Bulgária, Croácia, Turquia, Grécia e Romênia. A
dificuldade em solucionar a questão balcânica foi um dos fatores de eclosão da
guerra de 1914.
·
Os
poloneses, irlandeses e finlandeses lutavam pelo direito de se autogovernarem.
·
A
França queria retomar as regiões da Alsácia.
Os antagonismos
levaram à criação de um sistema de
alianças e à formação de grupos de países que assumiam o compromisso de
ajuda mútua, em caso de agressão.
Os dois grupos e seus
principais membros eram:
·
Tríplice Aliança (potências centrais). Alemanha,
Império Austro-Húngaro e Itália (em 1915, a Itália mudou para o outro grupo):
·
Tríplice Entente (países aliados). Inglaterra, França
e Rússia.
Nesse contexto
crítico, em 28 de junho de 1914, o assassinato do arqueduque austro-húngaro,
Francisco Ferdinando, por um militante bósnio que lutava pela autonomia de sua
província, serviu de pretexto para o início da guerra.
Os dois blocos –
Tríplice Aliança e Tríplice Entente – entraram em combate, e a Alemanha ficou
geograficamente presa entre dois inimigos: a frança e a Rússia. Para evitar o
ataque pelos dois flancos, o kaiser
Guilherme II usou todo seu poder militar para atacar a França, na expectativa
de eliminar um dos seus oponentes. No início, o plano deu certo e os alemães
conseguiram chegar a uma área de 30 km de Paris; nesse ponto, porém,
encontraram forte resistência das tropas francesas e inglesas.
Durante o ano de 1914,
a luta havia caracterizado como guerra de movimento, ou seja, as tropas
germânicas avançavam e as francesas recuavam. A resistência dos aliados deu
início a uma outra forma de luta, chamada de guerra de trincheiras: os soldados
construíam redes de trincheiras (escavações a céu aberto), onde ficavam
aquartelados, frente a frente, a espera de um melhor momento para atacar. Era
uma luta pela manutenção da posição já conquistada e, muitas vezes, para
avançar apenas alguns quilômetros.
Em 1917, ocorreu a
revolução bolchevique na Rússia. Os governantes propuseram paz aos alemães. No
dia 15 de dezembro de 1917, os russos assinaram um armistício com o governo
alemão e se retiraram do conflito.
O FIM DA GUERRA E O TRATADO DE
VERSALHES
Em 1917, havia um certo impasse no
desenrolar da guerra, provocado pelo equilíbrio de forças entre os dois grupos
em combate. Em fevereiro, na tentativa de tirar a Inglaterra da Luta, os
submarinos alemães passaram a atacar todos os navios que se aproximavam daquele
país. Nessa campanha acabaram afundando navios norte-americanos que se dirigiam
a Grã- Bretanha. Entendendo que seus direitos estavam sendo desrespeitados, os
estados Unidos declararam guerra à Alemanha em abril 1917. A chegada das tropas
norte-americanas à Europa só aconteceu no mês de dezembro daquele ano, quando
os demais países envolvidos na guerra já estavam esgotados. A participação do
exército dos Estados Unidos rompeu o equilíbrio de forças a favor da Tríplice Entente,
e os alemães e seus aliados já não tinham meios de se reorganizarem. Em
novembro de 1918 foi assinado o armistício no qual a Alemanha e seus aliados
reconheciam a derrota.
O Tratado de Versalhes, documento que determinou as condições da paz,
foi assinado em 1919.
O tratado considerou
a Alemanha culpada pela guerra e impôs àquele país o pagamento de pesadas
indenizações pelos prejuízos causados: determinou a devolução dos territórios
da Alsácia e da Lorena à França e a criação do corredor polonês uma faixa estreita de terra que atravessava o
território alemão e ligava a Polônia ao porto de Dantzig, dando aos poloneses
uma saída para o mar. Além disso, os alemães ficaram proibidos de reorganizar
seus exércitos e tiveram de sair das áreas onde praticavam o imperialismo.
As
determinações do Tratado de Versalhes condenaram a Alemanha ao empobrecimento e
ao enfraquecimento de seu poder militar. Essa condição de vulnerabilidade criou
espaço para o surgimento e o crescimento do nazismo e abriu caminho para a
Segunda Guerra Mundial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário