A história da Paraíba começa antes do
descobrimento do Brasil, quando o litoral do atual território do Estado era
povoado pelos índios tabajaras e potiguaras. Demorou um certo tempo para que
Portugal começasse a explorar economicamente o Brasil, uma vez que os
interesses lusitanos estavam voltados para o comércio de especiarias nas
Índias. Além disso, não havia nenhuma riqueza na costa brasileira que chamasse
tanta atenção quanto o ouro, encontrado nas colônias espanholas, minério que
tornara uma nação muito poderosa na época.
Devido ao
desinteresse lusitano, piratas e corsários começaram a extrair o pau-brasil,
madeira muito encontrada no Brasil - colônia. Esses invasores eram, em sua
maioria, franceses, e logo que chegaram no Brasil se aproximaram dos índios, o
que possibilitou entre eles uma relação comercial conhecida como
"escambo": o trabalho indígena era trocado por alguma manufatura sem
valor. Com o objetivo de povoá-la, a colônia portuguesa foi dividida em quinze
capitanias para doze donatários. Entre elas destacam-se a capitania de
Itamaracá, a qual se estendia do rio Santa Cruz até a Baía da Traição. Em 1574
aconteceu um incidente conhecido como "Tragédia de Tracunhaém", no
qual índios mataram todos os moradores de um engenho chamado Tracunhaém, em
Pernambuco. Esse episódio ocorreu devido ao rapto e posterior desaparecimento
de uma índia, filha do cacique potiguar nesse engenho. Após esta tragédia, D.
João III, rei de Portugal, desmembrou Itamaracá, dando formação à capitania do
Rio Paraíba.
Quando o governador-geral D. Luís de Brito recebeu
a ordem para separar Itamaracá, recebeu também do rei de Portugal a ordem de
punir os índios responsáveis pelo massacre, expulsar os franceses e fundar uma
cidade. Assim começaram as cinco expedições para a conquista da Paraíba. Para
isso o rei D. Sebastião mandou primeiramente o ouvidor-geral D. Fernão da
Silva.
A primeira expedição aconteceu em 1574,
cujo comandante foi o ouvidor-geral D. Fernão da Silva. Ao chegar no Brasil,
Fernão tomou posse das terras em nome do rei sem que houvesse nenhuma
resistência, mas isso foi apenas uma armadilha. Sua tropa foi surpreendida por
indígenas e teve que recuar para Pernambuco. A segunda expedição ocorreu em 1575 e foi comandada pelo
governador-geral, D. Luís de Brito. Sua expedição foi prejudicada por ventos
desfavoráveis e eles nem chegaram sequer às terras paraibanas. Três anos depois
outro governador-geral Lourenço Veiga, tenta conquistar o Rio Paraíba, não
obtendo êxito. A terceira aconteceu em 1579, ainda sob forte domínio "de fato" dos
franceses, foi concedida, por dez anos, ao capitão Frutuoso Barbosa a capitania
da Paraíba, desmembrada de Olinda. Essa idéia só lhe trouxe prejuízos, uma vez
que quando estava vindo à Paraíba, caiu sobre sua frota uma forte tormenta e
além de ter que recuar até Portugal, ele perdeu sua esposa. Em 1582, na quarta expedição, com a mesma
proposta imposta por ele na expedição anterior, Frutuoso Barbosa volta decidido
a conquistar a Paraíba, mas cai na armadilha dos índios e dos franceses.
Barbosa desiste após perder um filho em combate. Na quinta e última expedição, em 1584, após a sua chegada à
Paraíba, Frutuoso Barbosa capturou cinco navios de traficantes franceses,
solicitando mais tropas de Pernambuco e da Bahia para assegurar os interesses
portugueses na região. Nesse mesmo ano, da Bahia vieram reforços por meio de
uma esquadra comandada por Diogo Flores de Valdés, e de Pernambuco tropas sob o
comando de D. Filipe de Moura. Conseguiram finalmente expulsar os franceses e
conquistar a Paraíba. Após a conquista, eles construíram os fortes de São Tiago
e São Filipe.
Para as jornadas, o ouvidor-geral Martim Leitão
formou uma tropa constituída por brancos, índios, escravos e até religiosos.
Quando aqui chegaram se depararam com índios que sem defesa, fogem e são
aprisionados. Ao saber que eram índios tabajaras, Martim Leitão manda soltá-los,
afirmando que sua luta era contra os potiguaras, rivais dos Tabajaras. Após o
incidente, Leitão procurou formar uma aliança com os Tabajaras, que por temerem
outra traição, rejeitaram-na.
Depois de certo
tempo, Leitão e sua tropa finalmente chegaram aos fortes (Forte de São
Filipe/São Filipe e Santiago), ambos em decadência e miséria devido às intrigas
entre espanhóis e portugueses. Com isso, Martim Leitão nomeou o espanhol
conhecido como Francisco Castejón para o cargo de Frutuoso Barbosa. A troca só
fez piorar a situação. Ao saber que Castejón havia abandonado, destruído o
Forte e jogado toda a sua artilharia ao mar, Leitão o prendeu e o enviou de
volta à Espanha.
Quando ninguém esperava, os portugueses unem-se aos
Tabajaras, fazendo com que os potiguaras recuassem. Isto se deu no início de
agosto de 1585. A conquista da Paraíba se deu ao final, pela união de um
português e um chefe indígena chamado Pirajibe, palavra que significa
"Braço de Peixe". A província tornou-se estado com a proclamação da
República, em 15 de novembro de 1889.
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