1. “Ali pernoitou sob as armas, e na manha seguinte
pôs-se de marcha, indo dois dias depois passar o Mamanguape muito embaixo. Só
ao quarto pode fazer a sua entrada na cidade, onde foi recebido como merecia.
Os franceses tendo a noticia da sua derrota, e da destruição de grande parte do
carregamento de seus navios, receosos de serem atacados por navios portugueses,
fizeram-se de vela da Baía da traição, deixando assim em paz os habitantes da
Parahyba”
(In MACHADO, Maximiiano Lopes. História da
Província da Paraíba. João Pessoa: UFPB, 1977. p.96-7.)
Esse texto se refere a que episódio da História da
Paraíba?
a) Fundação da Companhia de Comércio de Pernambuco
e Paraíba.
b) A conquista do território pelos
portugueses.
c) A guerra dos Bárbaros.
d) O domínio Holandês.
e) O domínio francês.
2. A disputa entre índios e Portugueses na conquista
do interior da Paraíba se deu de forma extremamente violenta. Sobre essa
disputa, assinale a alternativa correta:
a) As tribos indígenas do
interior conseguiram se organizar na “Confederação dos Cariris” dificultando,
enormemente, os objetivos dos portugueses.
b) Tendo a cidade de Campina Grande como cidadela, os Tapuias realizavam
incursões pelo litoral caçando seus inimigos portugueses.
c) Embora a luta fosse acirrada no interior da
província não há registro nos documentos oficiais sobre a existência desses
combates e o Rei de Portugal nunca tomou conhecimento dessa disputa.
d) A principal resistência à conquista do sertão era encabeçada pelos
índios potiguares e tabajaras.
e) O fim da guerra só ocorre com a intervenção dos Holandeses e Franceses
que tinham interesse na ocupação.
3. A ocupação do sertão paraibano foi propiciada:
a) Pela instalação de engenhos de açúcar.
b) Por fazendas de gado ativadas por
colonos anônimos.
c) Pelo extrativismo vegetal.
d) Pela exploração de minérios.
e) Pela construção de açudes e barragens.
4. Leia o trecho a seguir:
“(...) o avanço em que ia o progresso da Capitania
em 1601, ou um pouco mais tarde, leva a crer que o trabalho nativo era o motor
desse progresso” (MEDEIROS, M. do Céu e SÁ, Ariane N. de M. O Trabalho na Paraíba:
das origens à transição para o trabalho livre. João Pessoa: Universitária/UFPB,
1999,p.31).
Baseado no exposto, pode-se afirmar:
I. As aldeias, para os capitães-mores da Capitania
Real da Paraíba, tinham a finalidade de preparar braços para a lavoura e
soldados para a guerra
II. A mão-de-obra indígena teve pouca participação
na conquista e colonização da Paraíba, pois os nativos não se adaptaram às
condições exigidas pelo colonizador.
III. O escambo, relação de trabalho que deu certo
no extrativismo do pau-brasil, foi posto em pratica na Paraíba, para integrar o
índio ao processo produtivo.
A(s) afirmação(ões) correta(s) é (são):
a) Apenas II e III
b) Apenas I e III
c) Apenas III
d) I, II e III
e) Apenas I e II
5. A crise no Pacto Colonial, nas primeiras décadas
do século XIX, manifestou-se com grande vigor na atual região Nordeste do
Brasil, então denominada de Norte. Na Capitania da Paraíba, que, após 1815,
passou a Província do Reino Unido do Brasil, além do descontentamento com a
Metrópole, o processo descolonizador teve como característica adicional e muito
peculiar:
a) O descontentamento dos paraibanos com o fato da
Paraíba ter sido desanexada da capitania de Pernambuco em 1799.
b) A significativa participação popular de mulatos
e escravos na luta contra a subordinação comercial da Paraíba a Pernambuco.
c) A permanência da situação de
subordinação comercial da Paraíba em relação a Pernambuco, mesmo após a
desanexação política.
d) A reivindicação formal do movimento
descolonizador no sentido de reanexar, politicamente, a Paraíba a Pernambuco.
e) O confronto armado contra as elites
pernambucanas, motivado pela subordinação comercial da Paraíba a Pernambuco.
6. Os trechos abaixo são partes de relatos de dois
europeus, respectivamente, um padre jesuíta português e um administrador
holandês, sobre índios do litoral e do interior da Capitania Real da Paraíba.
“(...) É gente que sempre, se tem vagar, come como
brutos; e nisto, e em suas sujidades ou desonestidade, entendem somente como
não andam em guerras, porque se dão pouco ao trabalho, e naturalmente são
folgasões, como o são todas as outras nações fora da nossa Europa (...)” (Sumário
das armadas, pp.26-27)
“São homens incultos e ignorantes, sem nenhum
conhecimento do verdadeiro Deus ou dos seus preceitos; servem, ao contrário, ao
diabo ou quaisquer espíritos maus, como tratando com eles temos muitas vezes
observado (...)” (HERCKMANS, Elias. Descrição geral da capitania da Paraíba,
p. 39).
As visões e imagens dos índios presentes nos
trechos reproduzidos acima levam a afirmar que:
a) O trecho de autoria do holandês, um protestante,
demonstra uma clara intolerância em relação aos costumes e crenças indígenas.
Diferentemente, o texto do jesuíta, um religioso católico, reflete uma
percepção tolerante e de respeito para com a cultura indígena e as culturas não
européias.
b) São leituras e visões ambíguas sobre os índios e
sugerem que os europeus se consideravam superiores em alguns aspectos em
relação a eles, mas reconheciam e aceitavam a influência dos índios na sua
cultura.
c) São leituras etnocêntricas, pois tomam
o universo social e cultural europeu como medida do modo de ser de todos os
outros povos e constroem imagens e identidades negativas dos índios.
d) Os dois trechos sugerem que os conquistadores
europeus não estavam preocupados em justificar a sua superioridade cultural em
relação aos indígenas, portanto, esses escritos não tiveram nenhum efeito sobre
as identidades e imagens dos nativos construídas pelos conquistadores.
e) O trecho de autoria do jesuíta, um religioso
católico, demonstra uma clara intolerância em relação aos costumes e crenças
indígenas. Diferentemente, o texto do holandês, um protestante, reflete uma
percepção tolerante e de respeito para com os rituais e práticas religiosas indígenas.
7. O Bandeirante Teodósio de Oliveira Ledo destaca-se
na História oficial da conquista do sertão paraibano. Sobre essa controversa
figura, analise as seguintes proposições:
I. Embora tenha se destacado no combate aos índios,
Teodósio de Oliveira Ledo nunca se preocupou com a posse de terras.
II. Teodósio de Oliveira Ledo destacou-se,
principalmente, pela fúria com que atacava e matava os índios que resistiam ao
cativeiro, como fez com parte dos Ariús.
III. Teodósio de Oliveira Ledo é tido como pioneiro
da conquista do interior e o maior desbravador do Sertão da Paraíba,
percorrendo e ocupando maior quantidade de terras que os outros bandeirantes.
Assinale a alternativa correta:
a) Todas as proposições estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Apenas I e III estão corretas.
8. As denominações da capital da Paraíba e da
fortaleza de Santa Catarina durante o domínio holandês foram respectivamente:
a) Nossa Senhora das Neves e Cabedelo.
b) Felipéia e Santo Antônio.
c) Frederica e Restinga.
d) Frederica e Margareth.
e) Felipéia e Tambiá.
9. A cultura da cana-de-açúcar foi a opção produtiva
implantada pelos portugueses para colonizar o Brasil. A organização social e
econômica, resultante desses processos, caracterizou-se por ser:
a) Monocultora, minifundiária e de trabalho
assalariado.
b) Patriarcalista, policultora, escravista.
c) Latifundiária, de trabalho assalariado e
policultora.
d) Monocultora, escravista e democrática.
e) Latifundiária, monocultora e
escravista.
10. No contexto do período colonial, é correto afirmar
que, no processo de conquista e colonização da Paraíba,
a)a dominação de Portugal na região foi facilitada
pelas boas relações entre jesuítas, portugueses e grupos indígenas.
b) a aproximação entre índios e franceses
por causa do pau-brasil dificultou a ação colonizadora dos portugueses.
c) os holandeses, por não terem interesse pela
economia açucareira, destruíram os engenhos de cana.
d) os portugueses não tiveram dificuldades na
ocupação da terra, pois souberam articular uma aliança de amizade com os índios
da região.
e) a exploração do pau-brasil, feita por ingleses e
alemães, retardou em dois séculos a dominação portuguesa.
11. Sobre as sociedades ameríndias da Paraíba,
existentes antes da chegada dos portugueses, pode-se afirmar:
I. O povo Potiguara se localizava ao norte do rio
Paraíba, ao longo do rio Mamanguape e nas cercanias da Serra da Capaoba (Serra
da Raiz).
II. Os Potiguaras estavam estabelecidos no atual
território paraibano há mais tempo do que os Tabajara, que chegaram pouco antes
da conquista portuguesa, apesar de se ter consagrado a Paraíba como “terra dos
tabajaras”.
III. O Toré é uma tradição cultural ainda hoje
preservada pelos Potiguaras, significando uma dança ritual de dimensão sagrada,
em que são invocados os espíritos dos antepassados.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas I e II
d) Apenas II e III
e) I, II e III
12. Criada de Direito em 1574, a Paraíba somente
começou a existir de fato em 1585 com a fundação da cidade de Filipéia de Nossa
Senhora das Neves. O retardamento da conquista explica-se:
a) Pelas lutas contra os espanhóis.
b) Pelas lutas travadas na insurreição contra os
holandeses.
c) Pela resistência dos índios da confederação dos
Cariris.
d) Pela aliança celebrada por Martim Leitão e os
índios Tabajaras do cacique Piragibe.
e) Pela resistência dos índios Potiguaras
aliados aos franceses, traficantes de pau-brasil.
13. A origem de Campina Grande remonta:
a) A crise do regime ditatorial.
b) Ao final do regime republicano.
c) A política expansionista da Coroa
Portuguesa, cujo objetivo era o de encontrar soluções para o problema interno
no Reino, incentivando a ocupação de áreas do interior do Brasil.
d) Ao momento de expansão das fronteiras.
e) À introdução da cultura da cana-de-açúcar e do
pau-brasil no nordeste.
14. “A origem de Campina Grande remonta à prática
expansionista da Coroa Portuguesa do final do século XVII, cujo objetivo
precípuo era o de encontrar solução para os problemas internos do Reino,
incentivando a ocupação de áreas do interior do Brasil.” (Josefa Gomes de A. e
Silva. Raízes históricas de Campina Grande. In: Imagens
multifacetadas da História de Campina Grande,
2000, p.14) Esta política expansionista da Coroa estimulou
a) o desenvolvimento da economia canavieira no
agreste paraibano. b) a explosão de minifúndios no sertão paraibano.
c) a criação de gado e a agricultura de
subsistência com base na apropriação de terras e na subordinação do braço
nativo pela escravidão.
d) a criação de gado no agreste paraibano e a
pujança comercial sertaneja.
e) a extinção das Cartas de Sesmarias no interior
da Paraíba e o grande aumento do tráfico negreiro para o sertão paraibano.
15. A chegada do Santo Ofício na Paraíba, em 1595,
não teve muita repercussão porque a população era muito pequena.
Foram aproximadamente 16 denúncias e os casos mais interessantes foram de
bigamia e sodomia, embora tivessem alguns casos judaizantes.
(PINTO, Zilma. A saga dos cristãos novos na
Paraíba. João Pessoa: Idéia, 2005. Texto adaptado)
De acordo com os seus conhecimentos sobre o
Santo Ofício e as práticas punitivas na Paraíba, é INCORRETO
afirmar que a Inquisição:
a) Inscreveu a religiosidade popular
afro-brasileira como herética e feiticeira, identificando-a como perigosa
ao cristianismo.
b) Gozou de relativa calmaria no século XVII,
favorecida pela “liberdade religiosa” ocasionada pela cultura
religiosa holandesa.
c) Impulsionou o deslocamento de famílias
paraibanas para o sertão, intensificando o povoamento do interior.
d) Classificou e puniu sodomitas e bígamos como
os principais culpados de crimes contra a Igreja Católica, e judeus
como hereges e “assassinos” de Cristo.
e) Condenou sujeitos acusados de
judiarias, a exemplo de Branca Dias e do judeu Antônio José,
julgados, degredados para a Bahia e queimados vivos em praça
pública.
16. O historiador Luciano Mendonça de Lima, ao
pesquisar a escravidão na Paraiba, enfatiza:
“A exemplo de todo o Brasil, o antigo município
de Campina Grande teve na escravidão, particularmente africana, um
de seus fundamentos, pelo menos até a segunda metade do século XIX.
O ‘progresso’ da Rainha da Borborema (como a cidade é conhecida), ainda
hoje exaltado em prosa e verso por suas elites, se fez em cima de ‘costas
negras’, como resultado de um intenso processo de exploração de muitas
gerações de escravos e seus descendentes”.
(LIMA, Luciano Mendonça de. Os negros do Norte.
Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano II. N. 16, jan. 2007, p. 84).
Com base no fragmento textual acima e nos
conhecimentos sobre a escravidão, considere as proposições abaixo:
I) os escravos na Paraíba colonial
dedicavam-se sobretudo aos algodoais, enquanto o trabalho com a
cana-de-açúcar era função dos trabalhadores livres.
II) os negros participaram ativamente do
Quebra-Quilos, preocupando as autoridades e quebrando pesos e
medidas.
III) as identidades do escravo eram marcadas pela
freqüente submissão aos senhores e pela inércia diante das ordens
dos capitães de mato.
IV) o quilombo pode ser interpretado como um espaço
de
resistência dos escravos à exploração
econômica e à opressão social.
Estão corretas as afirmativas:
a) II e IV.
b) I e II.
c) III e IV.
d) I e IV.
e) II e III.
17. “Ao ler compêndios de História da Paraíba e/ou
histórias municipais, salta-nos à vista, como tem sido lacunar e preconceituosa
a pesquisa histórica sobre populações indígenas da Paraíba.” (Josemir Camilo in
História da Paraíba - ensino médio. Org. Antônio Clarindo e Fábio
Gutemberg. CG. EDUFCG. 2007. p. 2)
Considerando estas populações podemos afirmar:
a) atualmente há dezenas de grupos étnicos
indígenas na Paraíba, caracterizados por vários comunidades potiguaras,
totalizando uma população de aproximadamente 40 mil habitantes.
b) os períodos de grandes secas foram
sempre de lutas entre os índios que se confederavam em defesa da própria
subsistência.
c) no século XVIII ocorreu a Confederação dos
Cariris que resultou no surgimento da Aldeia de Alhandra na Paraíba, área dos
Tabajaras.
d) a legislação colonialista do século XVIII foi
branda quanto aos indígenas paraibanos, proibindo o extermínio de índios
rebeldes e a obrigatoriedade do trabalho camponês.
e) os missionários católicos praticamente não
atuaram na catequese indígena na Paraíba.
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